Ex-dançarina do Domingão do Faustão, da TV Globo, Theba reforça sua identidade marcada pela cultura do Carnaval dentre rainhas escaladas pela ascensão na mídia e não, necessariamente, ligadas ao universo carnavalesco desde sempre.

“Sou uma rainha, preta, de comunidade, eu cresci dentro do Carnaval e esse cargo de rainha de bateria é almejado desde muito nova. Hoje em dia, com essa comercialização do cargo está cada vez mais difícil meninas de comunidade ocuparem esse cargo”, explica.

Neste ano, a rainha representa o samba-enredo Fafá, a Cabocla Mística em Rituais da Floresta, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Barboza com pesquisa do enredista Tiago Freitas. A narrativa homenageia Fafá de Belém com referências aos mitos amazônicos e tradições marcadas pelos festejos culturais e religiosos dos povos originários e ribeirinhos da região do Pará.

Theba destaca a influência de sua posição como referência para jovens criadas nas escolas de samba. “Acredito que, meninas da comunidade que começaram como eu, ainda criança, me vendo ali, se sintam representadas e vejam que elas podem chegar ali também”, afirma.

A rainha cita a intérprete de Rejane em Fuzuê, da Globo, com grande legado carnavalesco, como sua inspiração na jornada de rainha. “Walkiria Ribeiro é a minha inspiração, meu espelho como sambista, como rainha e a dica dela é que seja sempre muito feliz, representando o seu povo”.

E o que motiva Theba a seguir na avenida há tantos anos? “O amor pelo samba não me deixa desanimar e nem desistir. Não imagino minha vida longe do Carnaval”, afirma. “Acaba um Carnaval, tem uma pausinha de 40 dias, já começa a preparação pro próximo! Para nós, sambistas, Carnaval é o ano todo”, completa.

Ela ainda conta que segue um protocolo em uma clínica de estética na contagem regressiva para o Carnaval, mas busca não ceder à pressão externa de um corpo ideal.

“Vou sempre me cuidar, procurar estar bem comigo mesmo. Se eu estou bem comigo mesma, jamais vou fazer loucura para agradar o próximo. Hoje em dia, na internet, se a gente entra na pilha dos outros, a gente acaba fazendo loucuras para agradar as pessoas. Não sou escrava dessa ditadura, se estiver feliz com o meu corpo, é isso que importa!”, conclui.